Vivemos em uma era na qual se fala muito sobre relacionamentos “descartáveis”. Mas será que o amor realmente mudou ou fomos nós que alteramos a forma como nos conectamos? A tecnologia ampliou exponencialmente as possibilidades de encontros, contudo, paradoxalmente, o excesso de opções traz consigo uma dificuldade maior de escolher e se envolver verdadeiramente.
De acordo com Barry Schwartz em seu livro The Paradox of Choice, ter muitas alternativas pode gerar ansiedade, insatisfação e o que ele chama de “arrependimento do comprador”. Essa superabundância de escolhas, presentes também nas relações amorosas, pode levar a um sentimento constante de que algo melhor poderia estar à disposição, dificultando o compromisso profundo e duradouro.
Pesquisas, como a conduzida por Eli Finkel e colegas em 2012, evidenciam que os aplicativos de namoro não acabaram com o amor, mas modificaram o caminho até ele. Além disso, a teoria do apego de Hazan e Shaver (1987) mostra que a qualidade dos vínculos humanos depende fundamentalmente das formas de apego que desenvolvemos, e não apenas das facilidades tecnológicas que temos hoje.
Falar sobre relacionamentos é também discutir saúde mental. Amar com presença, estabelecendo limites e aprofundando o autoconhecimento, pode funcionar como um antídoto aos sentimentos de descartabilidade e superficialidade. Exercitar vínculos autênticos, mesmo em meio a tantas opções, é um desafio que passa pela autoaceitação, pela valorização do outro e pelo compromisso consigo mesmo.
E você, como percebe a mudança nas relações? Foi o amor que mudou ou fomos nós que transformamos a maneira de amar?
Redação Portal Guavira

