Mato Grosso do Sul sedia, nesta semana, o Intercâmbio Brasil–Itália e Treinamento sobre Inteligência Penitenciária e Segurança Dinâmica, consolidando o estado como referência nacional em cooperação internacional para o enfrentamento ao crime organizado. A iniciativa reúne especialistas brasileiros e italianos em Campo Grande, com o objetivo de qualificar protocolos de segurança, aprimorar a inteligência penitenciária e fortalecer estratégias conjuntas dentro do sistema prisional.
Cooperação internacional e foco na inteligência
Promovido pelo Governo do Estado, por meio da Agepen, em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o intercâmbio aproxima experiências de dois países que lidam diretamente com organizações criminosas complexas. Mato Grosso do Sul foi escolhido pela posição estratégica de fronteira e pelos avanços na inteligência penitenciária, enquanto São Paulo entra como referência na gestão de presos de alta periculosidade, compondo um eixo-chave nesse diálogo internacional.
Na abertura, o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, ressaltou que a experiência italiana oferece lições valiosas para um estado com mais de 1.600 km de fronteira e forte pressão do tráfico internacional de drogas. Ele defendeu o fortalecimento da inteligência penitenciária e cobrou maior participação da União no custeio dos presos ligados ao tráfico, destacando que segurança de fronteira é tema de interesse nacional.
UNODC e autoridades reforçam papel estratégico do sistema prisional
A diretora do Escritório de Relações Internacionais do Departamento de Administração Penitenciária da Itália, Francesca Gioieni, enfatizou que o crime organizado atua de forma global e mais rápida que as instituições, e que a cooperação internacional é essencial para alinhar respostas. O diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, destacou que a inteligência é a base para conter o crime nas unidades prisionais e avaliou que a parceria com o UNODC e com a Itália “fortalece diretamente o sistema penitenciário sul-mato-grossense”.
Coordenadora do projeto no UNODC, Ana Carolina Pekny lembrou que administrações penitenciárias estaduais são peças centrais no enfrentamento ao crime organizado e que o projeto Brasil–Itália amplia capacidades técnicas em gestão de presos de alto risco, segurança dinâmica e técnicas de inteligência. Segundo ela, ações anteriores já capacitaram mais de 1.400 profissionais desde 2021, e a nova etapa busca aprofundar práticas alinhadas a evidências, direitos humanos e às Regras de Mandela, garantindo segurança, ordem e dignidade no cumprimento de pena.
Treinamentos e perspectivas para o sistema penitenciário
A programação inclui treinamentos, apresentações técnicas e debates estratégicos sobre governança, protocolos de segurança, fluxos de informação e atuação integrada entre órgãos de justiça e segurança. Ao sediar o encontro, Mato Grosso do Sul reforça seu papel em uma agenda internacional que conecta fronteira, inteligência penitenciária e combate às organizações criminosas transnacionais, com foco em resultados práticos e sustentáveis para o sistema prisional brasileiro.
Redação Portal Guavira
