sábado, dezembro 6, 2025
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PL, PP e União Brasil deve controlar R$ 1,8 bilhão do Fundão nas eleições de 2026

A ampliação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para R$ 4,9 bilhões no Orçamento de 2026 coloca o arco de aliança formado por PL, PP e União Brasil em posição privilegiada na disputa eleitoral do próximo ano. Juntos, esses partidos deverão concentrar cerca de R$ 1,8 bilhão do chamado “Fundão”, com possibilidade de chegar a R$ 2 bilhões caso outros partidos se somem formalmente ao bloco, garantindo musculatura financeira sem precedentes para a campanha.

Superbloco terá maior fatia do Fundão

De acordo com os ajustes feitos pela Comissão Mista de Orçamento no PLN nº 15/2025, a federação União Progressista (PP + União Brasil) ficará com cerca de R$ 953,7 milhões, enquanto o PL receberá aproximadamente R$ 886,8 milhões, valores que, somados, formam o núcleo mais robusto entre as 54 siglas com direito ao FEFC. Para alcançar esse montante, o governo federal remanejou recursos de emendas de bancada – que passaram de R$ 15,2 bilhões para R$ 11,2 bilhões – e de outras despesas não obrigatórias.

O relator da Instrução Normativa nº 1/25, deputado Isnaldo Bulhões Júnior (MDB-AL), indicou que a proposta do Executivo será ajustada para aproximar o valor total ao patamar utilizado nas eleições municipais de 2024, o que reforça a tendência de campanhas ainda mais dependentes de financiamento público.

Impacto em Mato Grosso do Sul

Em Mato Grosso do Sul, PL, PP e União Brasil integram o projeto político de reeleição do governador Eduardo Riedel (PP) e de eleição do ex-governador Reinaldo Azambuja (PP) ao Senado. Com o reforço de recursos, o bloco governista tende a ter vantagem estrutural sobre adversários, podendo sustentar campanhas amplas para cargos majoritários e proporcionais, com forte presença em rádio, TV, redes sociais, eventos e mobilização de base em todo o território sul-mato-grossense.

Segundo o diretor do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fresato Barbosa, partidos grandes e bem representados no Congresso concentram a maior fatia do Fundão e, com isso, ampliam capacidade de contratar marqueteiros, investir em mídia e organizar estruturas de campanha de grande alcance. Na avaliação dele, esse cenário pode criar uma “hegemonia local” em favor do arco PL–PP–União Brasil, fortalecendo o chamado “puxador de votos” e aumentando as chances de eleger mais deputados estaduais, federais e senadores.

Vantagem não garante vitória, mas eleva pressão

Aruaque Barbosa pondera, porém, que volume de recursos não significa vitória garantida: é preciso gastar conforme as regras, prestar contas corretamente e evitar a percepção negativa de “guerra do dinheiro público” que pode gerar críticas sobre desequilíbrio de condições e uso de verba pública em excesso. Mesmo assim, ele reconhece que um FEFC mais robusto tende a atrair nomes competitivos, fortalecer a capilaridade territorial (comitês, transporte, material gráfico) e aumentar a competitividade frente a partidos com orçamentos menores ou dependentes de doações privadas.

Pelas normas da Justiça Eleitoral, o dinheiro só ficará disponível após cada partido definir e registrar oficialmente os critérios internos de distribuição do Fundão, e os recursos devem ser aplicados exclusivamente no financiamento de campanhas, com prestação de contas obrigatória.

Redação Portal Guavira

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