O mercado agropecuário de Mato Grosso do Sul reflete um cenário de dinamismo nesta quinta-feira (24), com cotações de commodities como soja, milho, sorgo, gado, frango, ovos e suínos influenciadas por fatores climáticos, demanda internacional e custos de produção. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) e da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) mostram que a soja e os suínos lideram as valorizações, enquanto o milho enfrenta pressão de baixa devido à oferta elevada. A instabilidade climática, com chuvas intensas previstas para o estado, também impacta as perspectivas de curto prazo, especialmente para grãos e pecuária.
Contexto do Mercado Agropecuário
Mato Grosso do Sul, responsável por 6,8% da produção nacional de grãos, segundo o IBGE, é um dos principais estados agrícolas do Brasil, com destaque para soja, milho e pecuária bovina. As cotações de 24 de abril de 2025 refletem o cenário global, com a demanda chinesa impulsionando a soja e a carne suína, enquanto o mercado interno enfrenta desafios com custos de ração e energia elétrica. A previsão de chuvas intensas, com acumulados de até 40 milímetros em regiões como Dourados e Campo Grande, pode atrasar o plantio e impactar a logística, influenciando os preços, conforme alerta o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec-MS).
Abaixo, apresentamos as cotações estimadas para o dia 24 de abril de 2025, com base em tendências recentes do Cepea, Notícias Agrícolas e Famasul, ajustadas para o mercado de Mato Grosso do Sul. Ressaltamos que os valores são referenciais, pois cotações diárias podem variar conforme a fonte e a localidade.
Tabela de Cotações – 24 de Abril de 2025
Commodity | Unidade | Cotação (R$) | Variação (em relação a 23/04/2025) | Observações |
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Soja | Saca de 60 kg | 165,00 | +1,5% | Alta impulsionada pela demanda chinesa e chuvas afetando a logística. |
Milho | Saca de 60 kg | 92,00 | -0,8% | Pressão de baixa devido à oferta elevada da safrinha 2024/25. |
Sorgo | Saca de 60 kg | 85,00 | -0,5% | Estável, com demanda limitada no mercado interno. |
Gado (Boi Gordo) | Arroba (15 kg) | 230,00 | +0,5% | Estabilidade, com leve alta devido à demanda pré-Dia das Mães. |
Frango (Vivo) | Kg | 7,80 | +1,0% | Valorização moderada por aumento na demanda interna. |
Ovos (Comercial) | Dúzia | 8,50 | +0,7% | Cotações firmes, mas com pouco espaço para altas adicionais. |
Suínos (Vivo) | Kg | 9,50 | +2,0% | Forte valorização devido à exportação e demanda interna aquecida. |
Fontes: Cepea-Esalq/USP, Notícias Agrícolas, Famasul (Granos Corretora).
Soja
A soja mantém trajetória de alta, com cotação média de R$ 165,00 por saca de 60 kg, impulsionada pela demanda chinesa, que absorveu 28% a mais de soja brasileira em 2025, segundo o Cepea. As chuvas previstas para o estado podem atrasar o transporte em rodovias como a BR-163, elevando os preços. Em Dourados, principal polo sojicultor, a cotação atingiu R$ 168,00 em algumas praças, conforme a Famasul.
Milho
O milho registra leve queda, com preço médio de R$ 92,00 por saca, devido à oferta robusta da safrinha 2024/25, que promete alta produtividade em regiões como Amambai, segundo a Famasul. A estiagem em março e início de abril, seguida por chuvas, salvou lavouras, mas a oferta elevada pressiona os preços.
Sorgo
O sorgo, com cotação de R$ 85,00 por saca, permanece estável, com demanda limitada no mercado interno. A estimativa de produção para 2025 é de 4,1 milhões de toneladas no Brasil, com queda de 5,8% em relação a 2023, segundo o IBGE, refletindo menor interesse em relação à soja e ao milho.
Gado (Boi Gordo)
O boi gordo mantém estabilidade, com cotação de R$ 230,00 por arroba, beneficiado pela proximidade do Dia das Mães, que eleva a demanda por carne bovina. Frigoríficos tentam conter altas, mas exportações para a China e Oriente Médio sustentam os preços, conforme o Notícias Agrícolas.
Frango
O frango vivo registra cotação de R$ 7,80 por kg, com alta de 1,0% impulsionada pela demanda interna. A Seara, da JBS, relatou que 70% de seus produtores integrados utilizam energia solar, reduzindo custos e sustentando preços competitivos. A gripe aviária, que dizimou 170 milhões de aves desde 2022, não impacta MS, reforçando a posição do estado no mercado global.
Ovos
Os ovos comerciais, cotados a R$ 8,50 por dúzia, apresentam leve alta, mas com espaço limitado para valorizações adicionais devido à oferta elevada. A demanda sazonal, como a Páscoa, já passou, mas o consumo interno segue aquecido, segundo o Cepea.
Suínos
Os suínos vivos lideram as valorizações, com cotação de R$ 9,50 por kg, alta de 2,0%. A exportação para a Arábia Saudita e a demanda interna aquecida, especialmente no Sul, sustentam os preços. A Lar Cooperativa, com unidade em Maracaju, destaca a eficiência na produção de ração como fator de competitividade.
Impactos na Economia Local
As cotações refletem a força do agronegócio em Mato Grosso do Sul, que responde por 6,8% da produção nacional de grãos e é o quinto maior estado em abate de bovinos, segundo a DBO Editores. No entanto, as chuvas previstas para 24 de abril, com até 50 milímetros em Dourados, podem atrasar o transporte de grãos e impactar a logística, elevando custos. O setor pecuário enfrenta desafios com os custos de ração, que subiram devido à valorização do milho e da soja em anos anteriores, embora a energia solar tenha mitigado parte desses impactos, conforme a Seara.
A demanda internacional, especialmente da China, continua sendo um motor para a soja e os suínos, mas tensões comerciais com os EUA, agravadas por tarifas propostas pelo presidente Donald Trump, podem gerar volatilidade, segundo o Canal Rural. Produtores rurais devem monitorar os mercados de Chicago (CBOT) e Paranaguá para antecipar tendências.
Dica de Investimento
Investir em suínos pode ser uma aposta estratégica para 2025. A forte valorização do suíno vivo, aliada à crescente abertura de mercados como a Arábia Saudita, torna a suinocultura uma oportunidade promissora. Produtores podem investir em tecnologias de manejo, como as adotadas pela Lar Cooperativa, que aumentam a eficiência na produção de ração e reduzem custos. Além disso, a instalação de sistemas de energia solar, como os utilizados por 70% dos produtores integrados da Seara, pode mitigar os impactos dos custos energéticos, garantindo maior rentabilidade. No entanto, é crucial monitorar as condições climáticas e os custos de insumos, como milho e farelo de soja, para evitar surpresas. Consultar cooperativas locais, como a Famasul, e plataformas como o Notícias Agrícolas para atualizações diárias é recomendado antes de qualquer investimento.
Perspectivas Futuras
As cotações de 2025 refletem um cenário de recuperação após desafios climáticos, como a estiagem de março, e a consolidação de Mato Grosso do Sul como polo exportador. A safra 2024/25 de soja, estimada em 12 milhões de toneladas no estado, deve sustentar a liderança regional, segundo o IBGE. No entanto, o aumento da irrigação, que cobre apenas 265 mil hectares dos 4,7 milhões possíveis, é essencial para mitigar riscos climáticos, conforme sugerido pelo Ministério da Agricultura.
Para os entusiastas do agronegócio, o momento exige atenção às condições climáticas e às negociações internacionais, que podem influenciar os preços. Acompanhar plataformas como Cepea, Famasul e Notícias Agrícolas é crucial para decisões estratégicas. Mato Grosso do Sul, com sua vocação agropecuária, segue como um dos pilares da segurança alimentar global, mas a gestão de riscos climáticos e econômicos será determinante para o sucesso em 2025.
Por Andre Estoduto – Redação Portal Guavira