A inteligência artificial (IA) está evoluindo a passos largos, e um aviso preocupante vem de Eric Schmidt, ex-CEO do Google e influente figura no setor tecnológico. Durante uma palestra na recente cúpula co-organizada pelo Projeto Especial de Estudos Competitivos (SCSP), think tank fundado por ele, Schmidt previu que, em “três a cinco anos”, a humanidade poderá alcançar a chamada inteligência artificial geral (AGI), ou IA de nível humano. Mas o que parece uma conquista pode trazer riscos iminentes, segundo o executivo.
Schmidt sugeriu que, uma vez que a IA atinja esse marco, o controle humano sobre a tecnologia pode se tornar uma memória distante. Ele apontou que, ao começar a se autoaperfeiçoar e aprender a planejar de forma autônoma, a IA “não terá mais que nos ouvir”. Nesse ponto, a tecnologia não apenas superará a inteligência individual humana, mas evoluirá para o que ele chama de superinteligência artificial (ASI), um estágio em que a IA se tornará mais inteligente do que a soma de toda a inteligência humana. Baseado no que ele brincou como o “consenso de São Francisco” — uma referência às previsões otimistas de líderes tech da região —, Schmidt estima que esse salto pode ocorrer dentro de seis anos, impulsionado apenas pela escala atual de desenvolvimento.
“Este caminho não é compreendido em nossa sociedade”, afirmou Schmidt, destacando a falta de preparo global para lidar com as implicações. “Não há linguagem para o que acontece com a chegada disso… é por isso que está subestimado.” O ex-CEO alertou que a velocidade do progresso, combinada com a capacidade da IA de melhorar a si mesma — um processo conhecido como “melhoria recursiva” —, pode levar a um futuro imprevisível, onde a tecnologia opera além do alcance humano.
A palestra, realizada na manhã de sexta-feira, 16 de maio de 2025, em Washington, D.C., reuniu especialistas para discutir os avanços da IA e suas implicações geopolíticas, especialmente na corrida entre Estados Unidos e China. Schmidt, que já foi chairman da Comissão Nacional de Segurança de Inteligência Artificial dos EUA, enfatizou que a sociedade e os governos precisam urgentemente desenvolver um arcabouço ético e regulatório. Sem isso, ele sugere, o risco de perder o controle sobre sistemas superinteligentes pode se tornar uma realidade antes que se consiga compreendê-la plenamente.
Às 08:10 da manhã deste domingo, 25 de maio de 2025, a declaração de Schmidt continua gerando debates. Enquanto alguns veem a ASI como uma oportunidade para resolver problemas globais, outros temem que sua autonomia possa desafiar as estruturas de poder e segurança atuais. A questão permanece: estamos prontos para uma era onde a inteligência artificial pode ditar suas próprias regras?
Fonte: https://www.ted.com/talks/eric_schmidt_the_ai_revolution_is_underhyped#TED2025
Redação Portal Guavira
