O promissor mercado de laranja em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, enfrenta um momento crítico devido à imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, anunciada no início deste mês. A decisão, interpretada como retaliação a tensões diplomáticas ligadas a julgamentos políticos no Brasil, coloca em xeque o crescimento da citricultura local, que vinha se destacando com exportações robustas e novos investimentos. Produtores temem que o esperado “boom” da laranja em 2025 possa fracassar antes de alcançar seu auge.
A citricultura na região, que sustenta centenas de famílias e impulsiona a economia rural, depende fortemente do mercado americano, um dos principais compradores da produção nacional. A tarifa, com entrada em vigor marcada para agosto, aumenta os custos de exportação e reduz a competitividade dos citricultores sul-mato-grossenses frente a rivais como Colômbia e México, beneficiados por alíquotas menores. Estimativas iniciais apontam uma possível perda de até 30% nas vendas externas, impactando diretamente a renda de pequenos e médios produtores.
A incerteza cresceu após o governo brasileiro prometer uma resposta com a Lei de Reciprocidade Econômica, mas sem oferecer detalhes que acalmem o setor. Produtores como João Silva, de uma fazenda familiar local, expressam angústia: “Colocamos tudo na safra deste ano, contando com as exportações. Com essa tarifa, pode ser impossível cobrir os custos.” Além dos desafios naturais, como pragas e variações climáticas, a laranja agora enfrenta um entrave político que pode redefinir seu futuro no município.
Especialistas sugerem diversificar mercados, mirando Ásia e Europa, mas destacam que isso exige tempo e infraestrutura ainda insuficientes na região. A colheita de 2025, programada para setembro, permanece sob vigilância, com produtores buscando estratégias para minimizar perdas. Às 08:02, com o dia começando em Sidrolândia sob céu claro, o setor aguarda uma solução do governo federal, enquanto o doce aroma das laranjas maduras contrasta com o amargor da incerteza econômica.
Redação Portal Guavira