quarta-feira, 20 agosto, 2025
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Drex: a moeda digital que pode custar caro à liberdade dos brasileiros

O governo brasileiro anunciou que, em 2026, entrará em circulação o Drex, a versão digital do real. À primeira vista, trata-se de um projeto inovador, apresentado como solução para baratear transações, incluir milhões de pessoas no sistema financeiro e aproximar o Brasil das grandes potências que estudam moedas digitais de bancos centrais.

Mas por trás do discurso de modernização, é preciso encarar a realidade: o Drex pode se tornar uma ferramenta poderosa de controle estatal sobre a vida dos cidadãos.

O risco da vigilância total

Ao contrário de criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin, o Drex será totalmente emitido e controlado pelo Banco Central. Isso significa que cada transação poderá ser rastreada. O governo, em tese, terá acesso a onde você gasta, quanto gasta e com quem gasta.

Não se trata apenas de eficiência: é o fim da privacidade financeira. Em mãos erradas, esse instrumento pode se transformar em uma arma para vigiar cidadãos e até restringir suas escolhas econômicas.

Inclusão ou exclusão?

O discurso oficial é de que o Drex ampliará a inclusão financeira, permitindo que qualquer cidadão com celular faça pagamentos digitais. Porém, a realidade brasileira é outra: milhões ainda vivem sem acesso à internet estável ou a smartphones compatíveis.

Na prática, o risco é a criação de uma nova linha divisória: de um lado, quem consegue acompanhar a digitalização; de outro, milhões de brasileiros marginalizados ainda mais.

Fragilidade e centralização

O Brasil já convive com constantes tentativas de fraude digital. Se nem mesmo grandes bancos privados conseguem evitar ataques cibernéticos, o que garante que uma moeda totalmente digital estará imune?

Além disso, ao concentrar o poder da emissão e do controle em uma única autoridade, abre-se espaço para interferência política. Governos futuros poderiam limitar o uso da moeda, congelar transações ou impor taxas automáticas com um simples comando.

Conclusão

O Drex pode até representar um salto tecnológico, mas, para um olhar conservador, ele traz riscos que não podem ser ignorados. Liberdade individual, privacidade e responsabilidade fiscal precisam estar no centro do debate, e não apenas a retórica de “modernização”.

O Brasil não pode trocar sua autonomia e segurança financeira por um sistema que coloca tanto poder nas mãos de poucos. Se não houver limites claros e garantias sólidas, o Drex poderá ser lembrado não como a moeda que modernizou o país, mas como a que abriu caminho para um Estado onipresente na vida econômica do cidadão.

Redação Portal Guavira

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