terça-feira, 9 setembro, 2025
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Estudo da USP aponta possível relação entre adoçantes artificiais e perda de memória

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram uma possível relação entre o consumo frequente de adoçantes artificiais e prejuízos à memória e às funções cognitivas. A conclusão faz parte de uma análise com mais de 12 mil participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), um dos maiores acompanhamentos populacionais sobre saúde já realizados no país.

Adoçantes e impacto no cérebro

Segundo os cientistas, indivíduos que relataram o uso regular e em grandes quantidades de adoçantes apresentaram desempenho inferior em testes que medem memória e capacidade cognitiva. O efeito foi mais evidente em pessoas entre 35 e 60 anos e em pacientes diagnosticados com diabetes, grupo no qual o consumo desse tipo de produto é frequentemente incentivado como alternativa ao açúcar.

Estudo pioneiro

Embora pesquisas anteriores tenham apontado efeitos metabólicos e cardiovasculares associados aos adoçantes, este é o primeiro trabalho conduzido no Brasil a dimensionar de forma sistemática o impacto potencial dessas substâncias no funcionamento do cérebro. De acordo com a equipe envolvida, os dados abrem um campo inédito de investigação sobre como adoçantes artificiais podem afetar a saúde neurológica ao longo do tempo.

Cautela e próximos passos

Os pesquisadores destacam, no entanto, que os resultados devem ser interpretados com cautela. Por se tratar de um estudo observacional, não há comprovação de causa e efeito entre o consumo de adoçantes e a perda de memória. “É um alerta importante, mas ainda precisamos de ensaios clínicos internacionais para confirmar essa relação e entender os mecanismos envolvidos”, afirma o grupo.

Repercussão e recomendações

A possível associação reforça a necessidade de orientar a população sobre moderação no uso de adoçantes, principalmente em faixas etárias mais jovens, onde os impactos cognitivos podem comprometer a qualidade de vida e a produtividade futura. Profissionais de saúde também avaliam que a descoberta poderá influenciar diretrizes nutricionais e estratégias de prevenção de doenças crônicas nos próximos anos.

O estudo do ELSA-Brasil será submetido a revistas científicas internacionais, e a expectativa é que novas colaborações ampliem a compreensão sobre os efeitos neurológicos do consumo de adoçantes artificiais.

Fonte: https://jornal.usp.br/ciencias/adocantes-artificiais-sao-associados-ao-declinio-cognitivo-acelerado/

Fonte: https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.0000000000214023

Redação Portal Guavira

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