O Cerrado, bioma crucial para o abastecimento hídrico do Brasil, sofreu uma drástica redução em sua superfície natural de água nos últimos 40 anos. Dados revelam que 249 mil hectares de rios e lagos desapareceram, área comparável a 16 estádios do Maracanã. O levantamento expõe a crescente pressão sobre os recursos naturais da região.
Enquanto a área ocupada por rios e lagos diminuiu, a superfície destinada a atividades humanas, como reservatórios e aquicultura, expandiu-se significativamente, representando agora 60% da área total de água no bioma. Essa transformação drástica no uso da água levanta sérias preocupações sobre o futuro do Cerrado.
A combinação do desmatamento contínuo e da diminuição da disponibilidade de água natural pode levar a um Cerrado mais seco, com impactos severos no equilíbrio hídrico regional e local. A escassez de água afeta tanto o uso humano e a agricultura quanto os ecossistemas, especialmente em um cenário de mudanças climáticas.
Desde 1985, mais de 40 milhões de hectares de vegetação nativa foram perdidos no Cerrado, uma área superior ao território da Bahia. A devastação se intensificou nos últimos dez anos, particularmente na região do Matopiba, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Essa área concentra grande parte do que resta do Cerrado intacto e, ao mesmo tempo, enfrenta o avanço acelerado da agricultura e pecuária.
Apesar da importância do Matopiba para a conservação do bioma, a região tem sido palco de intenso desmatamento impulsionado pela expansão agropecuária. O levantamento aponta que, em 2024, 1,5 milhão de hectares de vegetação nativa foram perdidos no Cerrado, com a agropecuária sendo a atividade que mais ocupa terra no bioma.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br