Neste feriado de Dia do Trabalhador, o mercado agropecuário de Mato Grosso do Sul apresenta cotações aquecidas, com a soja e setores da pecuária, como frango e suínos, registrando valorizações. Baseado em tendências do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e do portal Notícias Agrícolas, o cenário reflete a força das exportações e os impactos de um clima mais estável, com chuvas leves de até 3 mm previstas para Dourados. Apesar disso, os desafios logísticos persistem devido aos acumulados de abril, que afetaram rodovias como a BR-163.
Contexto do Mercado Agropecuário
Mato Grosso do Sul, responsável por 6,8% da produção nacional de grãos e o quinto maior estado em abate de bovinos, segundo o IBGE, mantém sua posição de destaque no agronegócio brasileiro. A soja segue como protagonista, impulsionada pela demanda chinesa, que cresceu 28% em importações do Brasil em 2025, conforme o Cepea. Frango e suínos também se beneficiam de exportações robustas para mercados árabes, com volumes próximos a US$ 1 bilhão, de acordo com a Agrimídia. O milho, no entanto, enfrenta pressão de baixa pela oferta da safrinha 2024/25, enquanto o gado registra leve alta pela demanda doméstica.
Abril foi um mês chuvoso, com 286 mm acumulados em Campo Grande, 353% acima da média, segundo o Climatempo. Embora as chuvas tenham beneficiado as lavouras, alagamentos impactaram o transporte de grãos, elevando custos logísticos. Na pecuária, a energia solar, adotada por 70% dos produtores integrados de frango da Seara, segue como aliada para reduzir custos de produção, conforme a Agrimídia.
As cotações abaixo são estimativas ajustadas para o mercado sul-mato-grossense, considerando variações regionais e diárias.
Tabela de Cotações – 1º de Maio de 2025
Commodity | Unidade | Cotação (R$) | Variação (em relação a 30/04/2025) | Observações |
---|---|---|---|---|
Soja | Saca de 60 kg | 171,00 | +0,3% | Demanda chinesa e dólar a R$ 5,67 impulsionam alta. |
Milho | Saca de 60 kg | 88,50 | -0,6% | Oferta elevada da safrinha pressiona preços. |
Sorgo | Saca de 60 kg | 81,50 | -0,6% | Demanda interna limitada mantém estabilidade. |
Gado (Boi Gordo) | Arroba (15 kg) | 236,00 | +0,4% | Demanda doméstica e exportações à China sustentam alta. |
Frango (Vivo) | Kg | 8,60 | +1,2% | Exportações aos países árabes seguem firmes. |
Ovos (Comercial) | Dúzia | 9,20 | +1,1% | Consumo interno sustenta valorização. |
Suínos (Vivo) | Kg | 10,40 | +1,0% | Exportações à Arábia Saudita impulsionam preços. |
Soja
A soja sobe para R$ 171,00 por saca de 60 kg, com alta de 0,3%, beneficiada pela demanda chinesa e pelo dólar a R$ 5,67. Em Dourados, principal polo sojicultor do estado, os preços chegaram a R$ 173,50 em algumas praças, refletindo a força da safra 2024/25, estimada em 12 milhões de toneladas, segundo o IBGE.
Milho
O milho registra nova queda, cotado a R$ 88,50 por saca, com recuo de 0,6%. A oferta abundante da safrinha 2024/25, com alta produtividade em regiões como Amambai, segundo a Famasul, continua a pressionar os preços, apesar do clima mais estável.
Sorgo
O sorgo, a R$ 81,50 por saca, apresenta variação negativa de 0,6%. A produção nacional para 2025, projetada em 4,1 milhões de toneladas pelo IBGE, segue limitada pela preferência por soja e milho, mantendo a demanda interna estável.
Gado (Boi Gordo)
O boi gordo sobe para R$ 236,00 por arroba, com alta de 0,4%, impulsionada pela demanda doméstica e exportações à China, que absorvem 50% do volume exportado pelo estado, segundo o Notícias Agrícolas. Pastagens beneficiadas pelas chuvas de abril sustentam a oferta.
Frango
O frango vivo atinge R$ 8,60 por kg, com alta de 1,2%, sustentado por exportações aos países árabes e demanda interna. A adoção de energia solar por 70% dos produtores integrados da Seara ajuda a manter preços competitivos, conforme a Agrimídia.
Ovos
Os ovos comerciais chegam a R$ 9,20 por dúzia, com alta de 1,1%. O consumo interno, especialmente em Campo Grande, sustenta os preços, mas a oferta equilibrada limita ganhos maiores, segundo o Cepea.
Suínos
Os suínos vivos, a R$ 10,40 por kg, valorizam 1,0%, beneficiados pelas exportações à Arábia Saudita. A Lar Cooperativa, em Maracaju, destaca a produção de 98 mil toneladas/mês de ração como fator de competitividade.
Impactos na Economia Local
O agronegócio, que representa 30% do PIB de Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, segue como motor econômico. As chuvas leves previstas para o dia 1º, com até 3 mm em Dourados, não devem impactar significativamente o transporte, mas os acumulados de abril ainda geram desafios logísticos, especialmente na BR-163. O dólar a R$ 5,67 beneficia as exportações, mas pressiona os custos de insumos importados, como fertilizantes, que subiram até 30% em relação a 2024, conforme o Imea.
A demanda internacional, especialmente da China e de mercados árabes, continua a impulsionar o setor, mas tensões comerciais globais, como tarifas entre EUA e China, podem trazer volatilidade, segundo o Canal Rural. Produtores devem acompanhar os mercados de Chicago (CBOT) e Paranaguá para antecipar movimentos.
Dica de Investimento
A suinocultura segue como uma opção atrativa para 2025. Com os suínos vivos valorizando 1,0% e exportações à Arábia Saudita em alta, investir em suinocultura integrada, como os modelos da Lar Cooperativa, pode gerar bons retornos. A eficiência na produção de ração, com 98 mil toneladas/mês pela Lar, e o foco em mercados externos são pontos fortes. No entanto, é crucial monitorar os custos de milho e farelo de soja, além de riscos climáticos que afetam a logística. Acompanhar cotações diárias em plataformas como Cepea e Notícias Agrícolas é essencial para decisões assertivas.
Perspectivas Futuras
A safra 2024/25 de soja, com 12 milhões de toneladas no estado, segundo o IBGE, consolida Mato Grosso do Sul como líder exportador. Contudo, a irrigação, que cobre apenas 265 mil hectares dos 4,7 milhões cultiváveis, segundo o Ministério da Agricultura, segue como desafio para mitigar riscos climáticos. Na pecuária, tecnologias como rastreabilidade blockchain podem agregar valor às exportações, especialmente para o gado.
Para os produtores do estado, o momento exige planejamento estratégico. Com exportações aquecidas e um clima em transição, Mato Grosso do Sul continua a ser essencial para a segurança alimentar global, mas a gestão de custos e riscos será determinante para o sucesso em 2025.
Por Andre Estoduto – Redação Portal Guavira