Na manhã desta quinta-feira (15), durante o quadro Fala Delegado do programa Agora 104, transmitido pela rádio Educativa FM 104,7, o delegado André Matsushita trouxe uma análise contundente sobre o avanço do crime organizado no Brasil e defendeu medidas firmes, tanto no campo legislativo quanto no cívico, para enfrentar a escalada de violência.
Com mais de duas décadas de experiência na Polícia Civil e reconhecido por sua atuação estratégica no combate às facções, Matsushita afirmou que a resposta não pode se limitar à esfera policial. Segundo ele, é preciso mobilização coletiva que envolva forças federais e estaduais, Ministério Público, Judiciário, gestores públicos e cidadãos de bem.
“Sem indignação cívica e pressão por reformas estruturais, o crime organizado continuará substituindo executores e mantendo intocados seus verdadeiros mandantes”, alertou.
Propostas concretas
O delegado resgatou sua contribuição histórica na criação das bases que deram origem à Lei de Organizações Criminosas e reforçou que o país agora precisa de um novo salto legislativo. Entre suas propostas, estão:
- Aprovação de uma lei antimáfia moderna, com confisco alargado de bens e bloqueio ágil de ativos.
- Tipificação clara do terrorismo, incluindo armas de guerra, financiamento, treinamento e logística.
- Maior integração de inteligência e rastreamento nacional e internacional de armas e munições.
- Garantia de proteção institucional a autoridades da ativa e aposentadas que combateram o crime organizado.
Segurança e sociedade de mãos dadas
Matsushita destacou que ataques com fuzis e ações táticas, envolvendo divisão de funções entre criminosos, demonstram modus operandi com treinamento militar, distante do crime comum. Para ele, prender executores é fundamental, mas o verdadeiro impacto virá do desmantelamento das cadeias de comando e da interrupção do fluxo de armas e dinheiro.
O delegado também fez questão de defender a proteção a quem, por décadas, dedicou a vida à segurança da população.
“Não podemos permitir que quem combateu o crime organizado fique vulnerável após se aposentar. O Estado deve proteger quem protegeu a sociedade”, ressaltou.
“Não podemos permitir que quem combateu o crime organizado fique vulnerável após se aposentar. O Estado deve proteger quem protegeu a sociedade”, ressaltou.
Chamado à responsabilidade
Encerrando sua participação, Matsushita convocou a população e as instituições a não se omitirem diante da gravidade da ameaça:
“É hora de reagir com firmeza. O Brasil precisa de coragem para atualizar suas leis e unir forças em defesa da democracia, da paz social e da segurança de nossas famílias”.