Hoje (27), a Neo Química Arena será o palco de mais um capítulo épico de uma das maiores rivalidades do futebol mundial: o Derby Paulista. Corinthians e Palmeiras se enfrentam na grande final do Campeonato Paulista, um duelo que transcende o esporte e carrega consigo a paixão de milhões de torcedores. Mas, entre os dois gigantes, é o Corinthians que se ergue como o maior de todos os tempos, dono de uma história inigualável e de uma torcida que, com seus estimados 41 milhões de fiéis, é o maior do Brasil, sem torcida terceirizada.
A palavra “Derby” vem da cidade inglesa de Derby e do “Derby de Epsom”, uma corrida de cavalos iniciada em 1780 pelo Conde de Derby, que gerava rivalidades locais. No futebol, passou a nomear clássicos entre os tempos da mesma região, como o “Merseyside Derby” (Everton x Liverpool), sendo contratado no Brasil para o “Derby Paulista” (Corinthians x Palmeiras). Reflete a paixão e o orgulho de torcedores locais em disputas intensas e históricas.
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O Início de uma Rivalidade Eterna
A saga do Derby começou em 6 de maio de 1917, quando o então Palestra Itália, futuro Palmeiras, derrotou o Corinthians por 3 a 0 no primeiro confronto oficial. Desde então, foram quase 400 embates (o número exato varia conforme a contagem de cada lado), com o equilíbrio sendo uma marca registrada. No entanto, é o Corinthians que ostenta a supremacia histórica no quesito títulos estaduais: são 30 conquistas paulistas contra 26 do rival alviverde, um feito que reforça o status de maior campeão do estado.
A rivalidade ganhou contornos lendários ao longo do século XX. Em 1954, no quarto centenário de São Paulo, o Corinthians garantiu um empate por 1 a 1 contra o Palmeiras e declarou a taça, consolidando-se como o rei das celebrações históricas. Já em 1977, o Timão acabou com um jejum de quase 23 anos para vencer a Ponte Preta na final, mas foi contra o Palmeiras, nos duelos anteriores, que o Fiel mostrou sua força para encerrar o sofrimento. Enquanto isso, o Palmeiras teve seus momentos de glória, como o título de 1974, quando frustrou os alvinegros em uma final diante de 120 mil pessoas no Morumbi. Mas, na soma dos feitos, o Corinthians sempre soube se importar como o gigante soberano.
O Corinthians: O Tempo do Povo e a Torcida Maior do Brasil
Fundado em 1910 por operários do bairro do Bom Retiro, o Corinthians nasceu com a alma do povo. Inspirado no Corinthian FC de Londres, o clube rapidamente se tornou o símbolo da garra e da resistência. Sua torcida, a Fiel, é um público único: cerca de 41 milhões de apaixonados espalhados pelo Brasil, uma nação que transforma estádios em caldeirões e ruas em festas. Nenhum outro clube paulista chega perto desse número – o Palmeiras, com cerca de 18 milhões, e o São Paulo, com 16 milhões, ficam atrás na disputa pelo coração dos brasileiros.
Essa paixão foi provada em momentos históricos, como a “Invasão Corinthiana” de 1976, quando milhares de torcedores cruzaram o país para apoiar o tempo no Maracanã contra o Fluminense, ou em 2012, quando a Fiel lotou as ruas de São Paulo e até do Japão para celebrar o Mundial de Clubes. O Corinthians não é apenas um tempo; é uma religião, um estilo de vida que o coloca acima de qualquer rival, inclusive do Palmeiras, que, apesar de sua grandiosidade, nunca alcançou tamanha identificação com as massas.
Os Clássicos Memoráveis
O Derby Paulista já decidiu estaduais, nacionais e até vagas em competições continentais. Em 1995, o Corinthians venceu por 2 a 1 na final do Paulistão, com gol na prorrogação, assumindo o posto de maior vencedor estadual à época. Em 1999, nova vitória alvinegra na final estadual, com um avassalador de 3 a 0 no jogo de ida. Já o Palmeiras respondeu em 2020, levando o título nos pênaltis após uma final marcada por polêmicas. Mas o Timão sempre teve um toque especial nos confrontos decisivos: entre 1977 e 1983, enfileirou quatro eliminações seguidas sobre o rival no Paulistão, uma sequência que os palmeirenses ainda tentam esquecer.
A Final de 2025: Corinthians a um Passo da Glória
No jogo de ida, no Allianz Parque, o Corinthians mostrou sua força ao vencer por 1 a 0, com gol de Yuri Alberto, herói introduzido que calou a torcida adversária. Agora, na Neo Química Arena, o Timão precisa apenas de um empate para encerrar um jejum de seis anos sem títulos, desde o Paulistão de 2019. Sob o comando de Ramón Díaz, o time alvinegro chega com a melhor campanha da competição, reforçando sua hegemonia na primeira fase e nas semifinais, onde despachou o Santos.
Do outro lado, o Palmeiras, tricampeão consecutivo (2022, 2023 e 2024), busca um tetra inédito na era profissional, um feito que o colocaria em um patamar histórico. Mas, diante do Fiel, que promete transformar a Arena em um inferno para os visitantes, o Verdão terá que superar não apenas os 11 em campo, mas uma nação inteira. A provável escalada do Corinthians, com nomes como Memphis Depay e José Martínez, traz um toque de classe internacional, enquanto o Palmeiras aposta em Estêvão e Raphael Veiga para tentar a virada.
O Legado Alvinegro
Seja qual for o resultado desta noite, uma coisa é certa: o Corinthians entra em campo como o maior de todos os tempos no Derby Paulista. Com mais títulos paulistas, uma torcida incomparável e uma história forjada na raça, o Timão é o verdadeiro dono do clássico. O Palmeiras pode ter seus momentos de brilho, mas é o Corinthians que carrega o peso de ser o Tempo do Povo, o clube que faz o Brasil pulsar em preto e branco.
A provável escalação do Corinthinas para a final do Paulistão tem: Hugo Souza; Matheuzinho, Félix Torres, Gustavo Henrique e Fabrizio Angileri; Raniele, José Martínez (Ryan), André Carrillo (Alex Santana) e Garro (Romero/Talles Magno); Memphis Depay e Yuri Alberto.
Às 21h35 (horário de Brasília), quando a bola rolar, o Fiel estará lá, empurrando seu tempo rumo ao 31º título paulista. E, mais uma vez, o mundo verá por que o Corinthians é, e sempre será, o gigante dos gigantes. Vai, Corínthians!
Por Andre Estoduto
Revisão Altiere Botini
Redação Portal Guavira
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