domingo, 13 julho, 2025
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Drones no campo: Parceria entre CEA-IAC e Coopercitrus impulsiona tecnologia agrícola no Brasil

O uso de drones na agricultura brasileira ganha um novo impulso com a parceria estratégica entre o Centro de Engenharia e Automação (CEA-IAC), vinculado ao Instituto Agronômico (IAC), e a Fundação Coopercitrus Credicitrus. A iniciativa, que busca promover o uso correto dessa tecnologia em cultivos como hortifrutícolas, soja, milho, citros e cana-de-açúcar, avança com a criação do Fórum de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia de Aplicação com Drones, anunciado após o sucesso do programa Drones SP, lançado na Agrishow 2024. A colaboração promete revolucionar a pulverização agrícola no Brasil, oferecendo conhecimento técnico e protocolos seguros para produtores de todos os portes.

Contexto da Iniciativa

O uso de drones no campo tem crescido no Brasil, especialmente em estados como Mato Grosso do Sul, onde a agricultura é responsável por 30% do PIB, segundo a Famasul. Dados do Ministério da Agricultura mostram que o número de drones registrados para uso agrícola no país saltou de 2.750 em 2020 para mais de 12.000 em 2024, refletindo a busca por eficiência e sustentabilidade no setor. No entanto, a falta de conhecimento técnico e de regulamentações específicas tem limitado a adoção segura da tecnologia, levando a erros como deriva de defensivos e aplicação inadequada.

Lançado na Agrishow 2024, o programa Drones SP já capacitou mais de 500 produtores e técnicos, segundo o IAC, promovendo boas práticas na pulverização agrícola. Agora, a parceria entre o CEA-IAC e a Coopercitrus Credicitrus dá um passo adiante com o Fórum de Pesquisa e Desenvolvimento, que reunirá empresas do setor para criar protocolos técnicos independentes de marcas. “Trata-se de uma iniciativa focada no desenvolvimento da tecnologia. Independentemente do tamanho da propriedade do produtor, nosso objetivo é fazer com que ele passe a utilizar o equipamento ciente dos benefícios e até mesmo das limitações dessa prática,” explica Hamilton Ramos, coordenador do programa.

Estrutura do Projeto

O Fórum será coordenado pelo IAC, que conduzirá ensaios de laboratório e desenvolverá diretrizes técnicas, enquanto a estação experimental da Coopercitrus Credicitrus em Bebedouro (SP) ficará responsável pelas avaliações de campo em diferentes culturas. A iniciativa abrange desde pequenos produtores de hortifrutícolas até grandes fazendas de soja e cana-de-açúcar, garantindo que a tecnologia seja acessível e eficaz para todos. “Pelas diretrizes do Fórum, a coordenação técnica e os ensaios de laboratório do Drones SP serão conduzidos pelo IAC, enquanto as avaliações de campo sobre plantios e culturas estarão a cargo da Coopercitrus Credicitrus,” detalha Ramos.

Os protocolos técnicos desenvolvidos pelo Fórum serão independentes de marcas, garantindo isenção e confiabilidade. Eles incluirão parâmetros como altura ideal de voo, tipo de bico para pulverização e ajustes para evitar deriva, um problema que afeta até 30% das aplicações no Brasil, segundo a Embrapa. Grandes empresas do agronegócio, como Bayer e Syngenta, já aderiram ao projeto, contribuindo com dados e tecnologias para os ensaios.

Benefícios e Limitações dos Drones

Os drones oferecem vantagens significativas, como a redução no uso de defensivos agrícolas – até 60% menos em comparação com pulverizações tradicionais, segundo o IAC – e a capacidade de operar em áreas de difícil acesso, como terrenos acidentados. Em Mato Grosso do Sul, onde apenas 265 mil dos 4,7 milhões de hectares cultiváveis são irrigados (Ministério da Agricultura), os drones podem otimizar a aplicação de insumos em regiões como Dourados e Três Lagoas, importantes polos de soja e milho.

No entanto, a tecnologia tem limitações. A capacidade de carga dos drones é limitada – geralmente entre 10 e 30 litros –, o que os torna menos eficientes para grandes áreas em comparação com tratores ou aviões agrícolas. Além disso, a autonomia de bateria, que varia de 15 a 30 minutos, exige planejamento logístico. “Nosso objetivo é mostrar aos produtores tanto os benefícios quanto as limitações, para que eles usem a tecnologia de forma consciente e eficiente,” destaca Ramos.

Impactos em Mato Grosso do Sul

Em Mato Grosso do Sul, onde a safra 2024/25 de soja atingiu 12 milhões de toneladas (IBGE), os drones podem transformar a gestão agrícola. A pulverização com drones reduz o impacto ambiental e o risco de exposição de trabalhadores a defensivos, um avanço importante em um estado onde o agronegócio emprega 25% da força de trabalho, segundo a Famasul. No entanto, a adoção da tecnologia enfrenta desafios, como a baixa conectividade em áreas rurais – apenas 60% das propriedades têm acesso à internet – e o custo inicial dos equipamentos, que varia entre R$ 50 mil e R$ 150 mil, conforme o Notícias Agrícolas.

A parceria entre CEA-IAC e Coopercitrus pode ajudar a superar essas barreiras, oferecendo treinamentos e protocolos acessíveis. Em regiões como Corumbá, onde o cultivo de cana-de-açúcar é crescente, os drones podem melhorar a eficiência na aplicação de defensivos, enquanto em Campo Grande, pequenos produtores de hortifrutícolas podem se beneficiar da precisão da tecnologia.

Perspectivas Futuras

O Fórum de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia de Aplicação com Drones é um passo crucial para consolidar o uso de drones na agricultura brasileira. A criação de protocolos técnicos independentes pode atrair mais investimentos e incentivar políticas públicas, como subsídios para aquisição de drones, já em discussão no Ministério da Agricultura. Além disso, a iniciativa pode inspirar projetos semelhantes em outros estados, como Mato Grosso do Sul, onde a Embrapa já realiza experimentos com drones na agricultura de precisão.

A longo prazo, a tecnologia pode reduzir custos de produção e aumentar a sustentabilidade no campo. Em um cenário de mudanças climáticas, com chuvas irregulares afetando a safra – Campo Grande acumulou 278 mm em abril, 319% acima da média (Climatempo) –, os drones podem ajudar os produtores a se adaptarem, otimizando o uso de recursos e minimizando impactos ambientais.

Um Novo Horizonte para o Agronegócio

A parceria entre CEA-IAC e Coopercitrus Credicitrus marca um avanço significativo na modernização da agricultura brasileira. Para os produtores de Mato Grosso do Sul e do Brasil, o uso de drones representa uma oportunidade de aumentar a eficiência e a sustentabilidade, desde que acompanhado de conhecimento técnico e práticas seguras. O programa Drones SP e o novo Fórum são um convite para que o agronegócio brasileiro voe mais alto, enfrentando os desafios do presente com as ferramentas do futuro.

Por Andre Estoduto – Redação Portal Guavira

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