O mercado brasileiro de medicamentos injetáveis para emagrecimento, liderado por nomes como Ozempic e Mounjaro, projeta um faturamento anual de R$ 5 bilhões até 2030, segundo estimativas baseadas no crescimento da demanda e na expansão do setor farmacêutico. Esse avanço representa um incremento de pelo menos 1,5% no mercado de varejo farmacêutico, que fechou 2024 com R$ 158,4 bilhões em receita, refletindo uma nova era para a indústria no país. Nesta sexta-feira, 13 de junho de 2025, o setor vive um boom impulsionado não apenas por necessidades clínicas, mas pela busca por estética, que responde por mais de 70% das vendas desses medicamentos.
O apelo por resultados rápidos e práticos tem transformado Ozempic, da Novo Nordisk, e Mounjaro, da Eli Lilly, em produtos cobiçados, especialmente entre consumidores que buscam perder peso sem compromissos prolongados. Apesar de originalmente indicados para o controle de diabetes tipo 2, o uso off-label para obesidade ganhou força, com a Anvisa recentemente aprovando o Mounjaro também para esse fim, ampliando seu mercado. A estética, mais do que a saúde, tem sido o motor dessa expansão, com celebridades e influenciadores nas redes sociais endossando os chamados “tratamentos milagrosos”, o que elevou a procura mesmo diante de custos elevados, que podem ultrapassar R$ 1.500 por mês.
A revolução no acesso também marca essa tendência. Hoje, um em cada cinco medicamentos injetáveis para emagrecimento é vendido por canais online, como marketplaces da Amazon e aplicativos de saúde, que oferecem conveniência e menor burocracia em comparação às farmácias tradicionais. Essa digitalização, somada à crescente aceitação social da busca por corpos “perfeitos”, tem democratizado o acesso, embora levante preocupações sobre a automedicação e a falta de supervisão médica. Especialistas alertam que o uso inadequado pode trazer riscos, como efeitos colaterais graves, mas o apelo da “picadinha milagrosa” segue inabalável.
O setor farmacêutico brasileiro assiste a uma transformação impulsionada por estética e tecnologia. A combinação de alta demanda, expansão online e um mercado varejista em crescimento posiciona esses medicamentos como um dos produtos mais promissores da indústria, desafiando regulações e redefinindo padrões de consumo.
Texto: Monica Scaramuzzo
Redação Portal Guavira
