Um incêndio de grandes proporções ocorrido em agosto de 2025 durante a colheita de cana-de-açúcar no município de Angélica, Mato Grosso do Sul, motivou a instauração de um inquérito civil pelo Ministério Público do Estado (MPMS), que investiga as causas e responsabilidades pelo dano ambiental causado. O fogo destruiu milhares de hectares, atingindo áreas produtivas e vegetação nativa, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reservas Legais tanto da fazenda responsável quanto de uma propriedade vizinha.
Conforme laudo técnico emitido pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o incêndio teve início em um equipamento agrícola conhecido como transbordo, propagando-se rapidamente na direção norte-sul, influenciado pela ação do vento. A área afetada totaliza 1.463,891 hectares, sendo 1.401,286 hectares de área agropastoril e 62,605 hectares de vegetação nativa.
Diante da gravidade da situação, a empresa responsável foi autuada pelo Imasul com multa no valor de R$ 4.836.000,00, baseada no Decreto Federal nº 6.514/2008, que prevê penalidades de R$ 3.000,00 por hectare de área agropastoril queimada e R$ 10.000,00 por hectare de vegetação nativa destruída. Além disso, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki exigiu a apresentação do Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada) para o restabelecimento das áreas afetadas.
O caso também está sob investigação da Polícia Militar Ambiental, que registrou a ocorrência e encaminhou o relatório à Delegacia de Polícia de Angélica para averiguação de possível crime ambiental. O Ministério Público segue com diligências, incluindo coleta de depoimentos e perícias, com o intuito de reunir elementos para eventuais ações judiciais ou arquivamento.
Redação Portal Guavira

