sexta-feira, 27 junho, 2025
HomeSAÚDEEstudo liga consumo de café a menor risco de fragilidade em idosos

Estudo liga consumo de café a menor risco de fragilidade em idosos

Um estudo publicado no European Journal of Nutrition em 2025 trouxe uma boa notícia para os amantes de café: o consumo regular de 4 a 6 xícaras por dia (125 ml cada) pode reduzir significativamente o risco de fragilidade em idosos, contribuindo para um envelhecimento mais saudável. A pesquisa, conduzida ao longo de sete anos, acompanhou 1.161 pessoas com 55 anos ou mais, como parte do Longitudinal Aging Study Amsterdam (LASA), e foi liderada por pesquisadores da Vrije Universiteit Amsterdam, na Holanda.

Os resultados indicaram que os participantes que consumiam 4 a 6 xícaras de café diariamente apresentaram até 64% menos risco de desenvolver fragilidade, caracterizada por sintomas como perda de peso, fraqueza muscular, exaustão, lentidão ao caminhar e baixa atividade física. Mesmo os que optaram por café descafeinado se beneficiaram, com uma redução de risco de até 59% entre aqueles que tomavam de 2 a 4 xícaras por dia. “O café pode ser um aliado na promoção de um envelhecimento saudável”, afirmou a pesquisadora-chefe, Marleen van der Linden, em comunicado à imprensa.

A ciência por trás desses benefícios está nos antioxidantes presentes no café, como os polifenóis e o ácido clorogênico. Segundo o estudo, essas substâncias ajudam a reduzir a inflamação no corpo, preservar a força muscular e melhorar a sensibilidade à insulina, além de aumentar a captação de glicose. Esses fatores são cruciais para prevenir a sarcopenia (perda de massa muscular) e outras condições associadas ao envelhecimento, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. “Os antioxidantes do café parecem proteger contra danos musculares e inflamações, que são gatilhos para a fragilidade”, explicou van der Linden.

A fragilidade em idosos é uma preocupação crescente, especialmente em países com populações envelhecidas. No Brasil, dados do IBGE apontam que 14,7% da população tinha 60 anos ou mais em 2022, e esse número deve crescer para 25% até 2050. A fragilidade aumenta o risco de quedas, hospitalizações e perda de independência, impactando a qualidade de vida. Iniciativas que promovam o envelhecimento saudável, como uma dieta equilibrada, são essenciais para enfrentar esse desafio.

Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores alertam que o estudo é observacional e não estabelece uma relação de causa e efeito. Além disso, o consumo excessivo de café pode trazer riscos, como insônia ou aumento da ansiedade, especialmente em pessoas sensíveis à cafeína. “É importante considerar a tolerância individual e consultar um médico, especialmente para quem tem condições como hipertensão”, ponderou a coautora do estudo, Hanneke Wijnhoven.

A pesquisa também levanta questões para investigações futuras. Ainda não está claro quais componentes específicos do café — além dos antioxidantes — contribuem para os efeitos observados, nem como diferentes métodos de preparo (filtrado, espresso ou instantâneo) podem influenciar os resultados. Enquanto isso, os autores recomendam o consumo moderado de café como parte de um estilo de vida saudável, aliado a uma dieta rica em vegetais, frutas e proteínas.

Para os idosos brasileiros, onde o café é uma tradição cultural — o país é o maior produtor e exportador mundial, com uma média de consumo de 4,8 kg per capita por ano, segundo a Abic —, a descoberta pode ser um incentivo a mais para apreciar a bebida. E você, quantas xícaras de café toma por dia?


Informações: https://link.springer.com/journal/394

Por Andre Estoduto – Redação Portal Guavira

spot_img

Ultimas Notícias