As exportações brasileiras de soja devem crescer 2,3% em 2025, alcançando 104,4 milhões de toneladas, segundo projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O aumento, que supera as 98,9 milhões de toneladas exportadas em 2024, reflete a recuperação da safra e a forte demanda internacional, com destaque para o desempenho de Mato Grosso do Sul.
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Mato Grosso do Sul, segundo maior produtor de soja do Brasil, tem sido peça-chave nesse crescimento. Com uma produção estimada em 16,71 milhões de toneladas na safra 2023/2024, o estado se beneficia de investimentos em logística, como a intensificação do uso dos portos do Arco Norte, que responderam por 35% das exportações de soja em novembro de 2024. A eficiência logística, aliada à alta produtividade das lavouras em municípios como Dourados e Maracaju, consolida a posição do estado como um dos principais fornecedores do grão para mercados como a China, que absorveu 73% das exportações brasileiras em 2024.
Apesar do aumento no volume exportado, a receita cambial pode ser impactada pela queda nos preços internacionais, reflexo da oferta abundante na América do Sul e da expectativa de uma safra robusta nos Estados Unidos. A Abiove prevê que o processamento de soja no Brasil alcance um recorde de 57 milhões de toneladas em 2025, com a produção de farelo de soja subindo 5,5% (44 milhões de toneladas) e a de óleo de soja crescendo 3,6% (11,4 milhões de toneladas). No entanto, as exportações de óleo de soja devem permanecer limitadas, entre 1,3 e 1,4 milhão de toneladas, devido à alta demanda interna impulsionada pela política de biocombustíveis.
“Com a recuperação da safra e a abertura de novos mercados, o Brasil está bem posicionado para manter sua liderança global na exportação de soja”, afirmou o presidente da Abiove, André Nassar. Ele destacou que a diversificação de destinos e a melhoria na infraestrutura logística, como o Porto de Paranaguá, que registrou aumento de 11% nos embarques em 2024, são cruciais para o desempenho do setor.
Mato Grosso do Sul também avança em sustentabilidade, com iniciativas como o programa Soja Baixo Carbono, que busca atender às exigências ambientais de mercados internacionais. Apesar dos desafios climáticos, como a seca que afetou a safra 2023/2024, o estado mantém sua relevância no agronegócio, contribuindo para o superávit comercial brasileiro, projetado entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões em 2025 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
