Um estudo conduzido por paleontólogos brasileiros está transformando o entendimento sobre a extinção da megafauna no Brasil. Por décadas, acreditava-se que animais como a preguiça-gigante desapareceram há cerca de 12 mil anos. Contudo, novas análises indicam que essas espécies sobreviveram até aproximadamente 3 mil anos atrás.
A pesquisa, publicada no Journal of South American Earth Sciences, foi liderada por Fábio Henrique Faria, pós-doutorando da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os fósseis analisados, provenientes do Museu de Pré-História de Itapipoca (CE) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), incluem espécies como a preguiça-gigante e o tigre-dente-de-sabre. A descoberta surgiu de forma inesperada, já que o objetivo inicial era datar itens para aprofundar o estudo sobre a época da megafauna.
Com o uso do método de datação por carbono-14, constatou-se que os fósseis tinham entre 8 mil e 3,3 mil anos. Esses dados revelam que a extinção da megafauna não foi abrupta, mas um processo gradual, estendido por milênios, possivelmente influenciado pela transição do Pleistoceno para o Holoceno. Durante esse período, a expansão das florestas tropicais e mudanças climáticas foram fatores determinantes na sobrevivência dessas espécies.

Outro ponto intrigante é a possível relação entre a megafauna e lendas indígenas, como a do “mapinguari”, figura do folclore amazônico que pode ter origem no contato humano com preguiças-gigantes.
Apesar da relevância das descobertas, os pesquisadores acreditam que o estudo pode enfrentar resistência na comunidade científica internacional, especialmente por ter sido produzido exclusivamente por instituições brasileiras. Ainda assim, eles destacam a importância de desafiar consensos científicos para promover novos avanços.
O estudo não só redefine a cronologia da extinção da megafauna no Brasil, mas também traz novas perspectivas sobre a interação entre humanos e essas criaturas, além de abrir caminhos para pesquisas futuras sobre ecologia e mudanças climáticas no passado.
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Por AE – Redação Portal Guavira