As regras globais para medição e compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) passam por uma importante atualização que promete impactar diretamente as grandes empresas de tecnologia e energia. O Protocolo de Gases de Efeito Estufa, referência principal para normativas adotadas pela União Europeia, Califórnia e IFRS, promove sua primeira revisão em mais de uma década, com o objetivo de fechar brechas e aumentar a transparência e a precisão dos relatórios ambientais.
Entre as mudanças propostas está a exigência de que o consumo de energia e a geração de energia limpa ocorram simultaneamente e no mesmo sistema elétrico, reforçando um vínculo direto entre o investimento em fontes renováveis e a energia realmente utilizada. Essa medida atrapalha um método comum em que companhias, por exemplo, operavam data centers movidos a gás natural em uma região e compensavam as emissões com créditos solares comprados em outra sem conexão direta.

Essa alteração tende a elevar o custo dos créditos de carbono, principalmente em períodos de baixa produção renovável, tornando a compensação ambiental mais rigorosa e financeiramente exigente. Naturalmente, a iniciativa enfrenta resistência de gigantes como Meta, Amazon e General Motors, que pressionam por maior flexibilidade para continuar suas práticas atuais, ao passo que empresas como Google e AstraZeneca apoiam o modelo 24/7, que rastreia o uso de energia limpa em tempo real.
A discussão ganha relevância extra diante de investigações nos Estados Unidos que acusam as maiores empresas do setor de utilizar “truques” contábeis para aparentar uma pegada ambiental menor do que a real. A próxima norma poderá redefinir o padrão global para declaração de emissões, tributação ambiental e posicionamento de mercado das corporações, reforçando o compromisso com a verdadeira sustentabilidade.
Redação Portal Guavira