terça-feira, outubro 7, 2025
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Para Senadora Tereza Cristina, a força da CPMI está em seguir o dinheiro e separar fatos de narrativas

O empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, sócio e ex-assessor do advogado Nelson Wilians, foi ouvido nesta segunda-feira, 06/10, pela CPMI do INSS. A convocação desse empresário, que atua no Distrito Federal, foi solicitada em quatro requerimentos aprovados pela comissão. Ele foi um dos alvos da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), que investiga o esquema de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões do INSS.

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar ( União-AL), afirmou que Fernando Cavalcanti ainda é sócio de Nelson Wilians em três empresas, e manteve transações financeiras milionárias com o Wilians e com Maurício Camisotti, que foi preso pela PF. Cavalcanti teve vários bens apreendidos na operação, entre eles uma Ferrari, uma réplica de um carro de Fórmula 1, relógios de luxo e uma grande soma em espécie.

“Continuamos no caminho de perseguir o dinheiro. E é a investigação que realmente mostra os fatos e revela as inverdades que são ditas – ou silenciadas – na CPMI. É essa a importância do trabalho da CPMI”, avaliou a senadora Tereza Cristina (PP-MS). A CPMI tem o poder de quebrar sigilo bancário, fiscal e telemático dos investigados.

Segundo o relator, Cavalcanti saiu de um patrimônio declarado de R$ 100 mil, há alguns anos, para milhões de reais hoje. Na avaliação do relator, o período de enriquecimento do empresário coincide com o esquema de desvios dos salários de aposentados e suas relações financeiras com envolvidos no escândalo.

O depoente negou, durante o interrogatório do relator, que tenha relação com fraudes no INSS e que seu patrimônio tenha sido obtido ilicitamente. Ele confirmou que deu um fusca de colecionador, no valor de R$ 70 mil, ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). “Foi um presente de aniversário”, disse.

Munido de habeas corpus, Cavalcanti passou a não responder as perguntas feitas pelos demais parlamentares sobre suas transações financeiras. “Não responderei absolutamente nada”, disse, ao senador Izalci Lucas (PL-DF). O senador informou que Cavalcanti teria um crédito de R$ 35 milhões, inscritos no seu Imposto de Renda, dado por Maurício Camisotti – apontado como operador de empresas fantasmas que descontavam dinheiro dos beneficiários do INSS.

CGU e consignados

Na semana passada, a CPMI ouviu durante dez horas o depoimento do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho. Para o relator Gaspar, o depoimento deixou clara a demora na ação da CGU, que não deveria ter permitido dois anos de manutenção de desvios de recursos de aposentados e pensionistas.

“Em 2024 já havia conhecimento, por parte do chefe da CGU. Mas em 2023 já havia comunicação inclusive do Tribunal de Contas à CGU. O que é que a CGU poderia ter feito? Uma medida cautelar para suspender esses ACTs [acordos de cooperação técnica]. Nós teríamos economizado aí R$ 1,5 bilhão ou R$ 2 bilhões em desvios. Resumo da ópera: havia uma porta aberta para a corrupção, sem nenhuma fiscalização. Muita gente botou dinheiro no bolso”, criticou o relator.

Gaspar destacou que a CPI tem entre seus desafios investigar irregularidades com os empréstimos consignados, que, na sua avaliação, têm uma dimensão muito maior que as irregularidades nos descontos associativos. Ele sugeriu ao ministro da CGU a suspensão cautelar desses consignados.Em resposta, Vinicius Marques de Carvalho afirmou que a equipe da controladoria continua fazendo o seu trabalho e que uma suspensão cautelar pode ocorrer após uma análise aprofundada dos dados.

Iformações: Agência Senado – Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Fonte: https://terezacristinams.com.br/2025/10/06/empresario-se-cala-sobre-transacoes-milionarias-com-envolvidos-no-escandalo-do-inss/

Redação Portal Guavira

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