Os preços do milho registraram alta em algumas regiões do Brasil na última semana, interrompendo um período de retração que vinha desde o final de março, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A recuperação das cotações reflete a volta de compradores ao mercado e a cautela dos produtores, que têm segurado a oferta em busca de melhores valores, enquanto o cenário produtivo traz perspectivas otimistas para a safra 2024/25.
Fique atualizado e receba no seu celular a ultimas notícias de MS, clique aqui!
De acordo com o Cepea, o movimento de alta foi impulsionado pela retomada de aquisições em praças estratégicas, como as do estado de São Paulo. Compradores intensificaram as negociações para recompor estoques e garantir o abastecimento antes dos feriados, que podem impactar a logística no curto prazo. “Houve uma corrida para assegurar o milho disponível, o que aqueceu o mercado”, explicaram os pesquisadores.
Oferta controlada e preços em alta
Do lado dos produtores, a estratégia tem sido de contenção. Com o aumento da demanda, muitos limitaram os volumes ofertados e passaram a exigir preços mais elevados, contribuindo para a valorização do grão. “Os agricultores estão atentos e preferem esperar por cotações mais vantajosas antes de liberar grandes quantidades”, observou um analista do Cepea. Essa postura cautelosa foi determinante para reverter a tendência de queda observada nas semanas anteriores.
Safra promissora, mas com desafios
No campo, as perspectivas são positivas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra 2024/25 de milho alcance 124,74 milhões de toneladas, um crescimento de 8% em relação ao ciclo passado. O aumento na produção reforça o potencial do Brasil como um dos líderes globais do grão, mas analistas alertam para entraves na comercialização.
Incertezas climáticas, que podem afetar a qualidade e o ritmo da colheita, somadas à volatilidade dos preços internacionais, mantêm os produtores em alerta. Além disso, o câmbio e a demanda interna serão fatores decisivos nas próximas semanas. “A comercialização da nova safra pode ficar travada no curto prazo. Tudo depende de como o mercado interno e o dólar vão se comportar”, apontou um especialista do setor.
Balanço delicado
O cenário atual coloca o mercado de milho em uma encruzilhada: de um lado, a expectativa de uma safra robusta traz otimismo; de outro, a cautela de produtores e compradores mantém as negociações em compasso de espera. Enquanto as cotações mostram sinais de recuperação, o futuro do grão dependerá de um equilíbrio entre oferta, demanda e variáveis externas. Por ora, o milho brasileiro volta a ganhar fôlego – e o campo segue de olho no próximo capítulo.
Por Andre Estoduto – Redação Portal Guavira