quinta-feira, outubro 30, 2025
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“Sete Cadeiras Vazias e um Presidente em Pé: o dia em que os governadores assumiram o comando”

Enquanto o país discutia tiros, helicópteros e operações no Rio de Janeiro, sete governadores resolveram algo bem mais simbólico: sentaram na cadeira do presidente. Não oficialmente, claro, mas, na prática, mostraram quem está disposto a liderar quando o Palácio do Planalto prefere assistir de camarote.

A política brasileira tem uma regra não escrita: quem não lidera, é liderado. Ontem, essa máxima se provou com requintes de ironia. Enquanto Brasília se perdia em silêncio e notas de gabinete, sete governadores, Tarcísio (SP), Zema (MG), Caiado (GO), Ibaneis (DF), Mauro Mendes (MT), Jorginho Mello (SC) e Ratinho Jr (PR), decidiram agir. Reuniram-se, definiram logística, dividiram responsabilidades. Não foi “ato de solidariedade”: foi comando operacional, com direito a mapa, tropa e helicóptero.

Na mesma tarde, o Senado instalava a CPI do Crime Organizado, com 31 assinaturas, e, detalhe saboroso, nenhuma do PT. Coincidência? Difícil acreditar. Quando a pauta é segurança pública, o campo político da direita fala com uma só voz, e o da esquerda parece ainda procurando o microfone.

Enquanto isso, em Brasília… silêncio. Nenhum gesto de liderança, nenhuma narrativa construída. O governo federal conseguiu o improvável: unir todos os governadores da direita em torno de uma ação comum. Quando o Executivo não ocupa o espaço, alguém ocupa. Simples assim, e perigosamente simbólico.

E como se o roteiro precisasse de um toque internacional, a Argentina declarou o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas, num gesto que ecoa além das fronteiras. De quebra, circulam relatos de cooperação regional contra o narcotráfico, inclusive com presença militar norte-americana no Caribe. Política? Segurança? Geopolítica? Tudo junto. E Brasília fingindo que é coincidência.

O que se viu foi menos uma “reação ao caos” e mais um ensaio de coordenação nacional. Os mesmos governadores que hoje combinam tropas e helicópteros são os que, amanhã, combinam palanques e slogans. A campanha de 2026, goste-se ou não, começou ontem e começou fora da Esplanada.

Porque, no fim, segurança pública não é pauta: é emoção. Medo e sensação de controle elegem mais que qualquer ideologia. O eleitor quer ver quem manda, não quem explica. E sete governadores entenderam o recado: quem resolve problema vira referência; quem hesita, vira espectador.

E o Planalto? Continua em pé, olhando a cadeira vazia.

Redação Portal Guavira

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