O mercado agropecuário de Mato Grosso do Sul apresenta um cenário dinâmico nesta sexta-feira (25), com cotações de commodities como soja, milho, sorgo, gado, frango, ovos e suínos influenciadas por fatores globais, condições climáticas e demanda interna. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e do portal Notícias Agrícolas indicam que a soja e os suínos mantêm trajetória de alta, enquanto o milho enfrenta leve pressão de baixa devido à oferta robusta da safrinha 2024/25. A previsão de chuvas intensas para o dia, com acumulados de até 40 milímetros em regiões como Dourados, pode impactar a logística e os preços, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec-MS).
Contexto do Mercado Agropecuário
Mato Grosso do Sul é um pilar do agronegócio brasileiro, contribuindo com 6,8% da produção nacional de grãos e sendo o quinto maior estado em abate de bovinos, segundo o IBGE. As cotações de 25 de abril refletem a forte demanda internacional, especialmente da China, que aumentou em 28% suas importações de soja brasileira em 2025, conforme o Cepea. A suinocultura também se beneficia da abertura de mercados como a Arábia Saudita, enquanto o milho enfrenta desafios com a oferta elevada. Chuvas previstas para o dia, com risco de tempestades, podem atrasar o transporte em rodovias como a BR-163, impactando os custos logísticos, especialmente para grãos.
Abaixo, apresentamos as cotações estimadas para 25 de abril de 2025, baseadas em tendências do Cepea, Famasul (Granos Corretora) e Notícias Agrícolas, ajustadas para o mercado sul-mato-grossense. Os valores são referenciais, sujeitos a variações conforme a localidade e as condições de mercado.
Tabela de Cotações – 25 de Abril de 2025
Commodity | Unidade | Cotação (R$) | Variação (em relação a 24/04/2025) | Observações |
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Soja | Saca de 60 kg | 166,50 | +0,9% | Alta sustentada pela demanda chinesa e chuvas afetando a logística. |
Milho | Saca de 60 kg | 91,50 | -0,5% | Pressão de baixa pela oferta elevada da safrinha 2024/25. |
Sorgo | Saca de 60 kg | 84,50 | -0,6% | Estável, com demanda limitada no mercado interno. |
Gado (Boi Gordo) | Arroba (15 kg) | 231,00 | +0,4% | Leve alta impulsionada pela demanda pré-Dia das Mães. |
Frango (Vivo) | Kg | 7,90 | +1,3% | Valorização por aumento na demanda interna e exportações. |
Ovos (Comercial) | Dúzia | 8,60 | +1,2% | Alta moderada, sustentada pelo consumo interno. |
Suínos (Vivo) | Kg | 9,70 | +2,1% | Forte valorização por exportações e demanda interna aquecida. |
Fontes: Cepea-Esalq/USP, Famasul (Granos Corretora), Notícias Agrícolas.
Soja
A soja segue em alta, com cotação média de R$ 166,50 por saca de 60 kg, impulsionada pela demanda chinesa e pela valorização do dólar, que atingiu R$ 5,60, segundo o Canal Rural. As chuvas previstas podem dificultar o transporte em regiões como Dourados, principal polo sojicultor, onde cotações alcançaram R$ 169,00 em algumas praças. A safra 2024/25, estimada em 12 milhões de toneladas em MS, sustenta a liderança do estado no mercado global.
Milho
O milho registra leve queda, cotado a R$ 91,50 por saca, devido à oferta robusta da safrinha 2024/25, que promete alta produtividade em Amambai, segundo a Famasul. Apesar da estiagem em março, as chuvas recentes salvaram lavouras, mas a oferta elevada pressiona os preços.
Sorgo
Com cotação de R$ 84,50 por saca, o sorgo permanece estável, com demanda limitada no mercado interno. A produção nacional para 2025 é estimada em 4,1 milhões de toneladas, uma queda de 5,8% em relação a 2023, segundo o IBGE, refletindo menor interesse frente à soja e ao milho.
Gado (Boi Gordo)
O boi gordo mantém estabilidade, com cotação de R$ 231,00 por arroba, beneficiado pela proximidade do Dia das Mães, que eleva a demanda por carne bovina. Exportações para a China e Oriente Médio, que representam 50% do volume exportado por MS, sustentam os preços, conforme o Notícias Agrícolas. Frigoríficos tentam evitar escaladas, mas a oferta restrita de animais prontos limita quedas.
Frango
O frango vivo, cotado a R$ 7,90 por kg, registra alta de 1,3%, impulsionada pela demanda interna e exportações para o Peru, que importou US$ 755 milhões em produtos agropecuários brasileiros em 2024. A Seara (JBS) destaca que 70% de seus produtores integrados em MS utilizam energia solar, reduzindo custos e sustentando preços competitivos.
Ovos
Os ovos comerciais, a R$ 8,60 por dúzia, apresentam alta moderada de 1,2%. A oferta equilibrada nas granjas e o consumo interno aquecido, segundo o Cepea, limitam valorizações maiores após a demanda sazonal da Páscoa.
Suínos
Os suínos vivos lideram as valorizações, com cotação de R$ 9,70 por kg, alta de 2,1%. A abertura do mercado saudita e a demanda interna, especialmente no Sul, impulsionam os preços. A Lar Cooperativa, com unidade em Maracaju, destaca a eficiência na produção de ração como fator de competitividade.
Impactos na Economia Local
O agronegócio é o motor econômico de Mato Grosso do Sul, representando 30% do PIB estadual, segundo a Famasul. As chuvas previstas para 25 de abril, com até 40 milímetros em Dourados, podem atrasar o transporte de grãos, elevando custos logísticos, especialmente na BR-163, que conecta o estado aos portos de Santos e Paranaguá. No setor pecuário, os custos de ração, impactados pelos preços do milho e da soja, seguem como desafio, embora a adoção de energia solar por 70% dos produtores de frango da Seara tenha reduzido despesas, conforme o Agrimídia.
A demanda internacional permanece sólida, mas tensões comerciais, como as tarifas anunciadas pelos EUA e retaliadas pela China, podem gerar volatilidade, segundo o Canal Rural. Produtores devem monitorar os mercados de Chicago (CBOT) e Paranaguá para antecipar tendências.
Dica de Investimento
A suinocultura é uma aposta promissora para 2025. A valorização de 2,1% no preço do suíno vivo, aliada à abertura de mercados como a Arábia Saudita, oferece oportunidades para produtores em Mato Grosso do Sul. Investir em tecnologias de manejo, como as da Lar Cooperativa, que otimizam a produção de ração, e em energia solar para reduzir custos operacionais, pode aumentar a rentabilidade. A suinocultura em MS, com 1,2 milhão de cabeças abatidas em 2024, segundo a Famasul, tem potencial de crescimento, mas é crucial monitorar os custos de insumos e as condições climáticas, que afetam a oferta de milho e soja. Consultar a Famasul e plataformas como o Notícias Agrícolas para cotações diárias é recomendado antes de investir.
Perspectivas Futuras
O cenário para 2025 é otimista para a soja e a suinocultura, com a safra de grãos estimada em 12 milhões de toneladas em MS, segundo o IBGE. No entanto, a irrigação, que cobre apenas 265 mil hectares dos 4,7 milhões cultiváveis, é um gargalo para mitigar riscos climáticos, conforme o Ministério da Agricultura. A pecuária enfrenta desafios com o envelhecimento do rebanho e custos de ração, mas a adoção de tecnologias, como a rastreabilidade blockchain da JBS, pode agregar valor às exportações.
Para os entusiastas do agronegócio, o momento exige atenção às condições climáticas e às negociações internacionais, que podem impactar os preços. Acompanhar plataformas como Cepea, Famasul e Notícias Agrícolas é essencial para decisões estratégicas. Mato Grosso do Sul, com sua vocação agropecuária, segue como pilar da segurança alimentar global, mas a gestão de riscos climáticos e econômicos será determinante para o sucesso em 2025.
Por Andre Estoduto – Redação Portal Guavira