O mercado agropecuário de Mato Grosso do Sul apresenta um cenário de otimismo neste sábado (26), com cotações de commodities como soja, milho, sorgo, gado, frango, ovos e suínos refletindo a forte demanda internacional e os impactos de condições climáticas recentes. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e do portal Notícias Agrícolas mostram que a soja e os suínos continuam em alta, enquanto o milho enfrenta leve pressão de baixa devido à oferta robusta da safrinha 2024/25. Chuvas intensas nos últimos dias, com acumulados de até 40 milímetros em Dourados, afetam a logística e influenciam os preços, conforme alerta o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec-MS).
Contexto do Mercado Agropecuário
Mato Grosso do Sul é um dos pilares do agronegócio brasileiro, contribuindo com 6,8% da produção nacional de grãos e sendo o quinto maior estado em abate de bovinos, segundo o IBGE. As cotações de 26 de abril são impulsionadas pela demanda chinesa, que aumentou em 28% as importações de soja brasileira em 2025, conforme o Cepea, e pela abertura de mercados como a Arábia Saudita para suínos. No entanto, as chuvas recentes, que causaram alagamentos em rodovias como a BR-163, elevam os custos logísticos, impactando especialmente os grãos. O setor pecuário enfrenta desafios com os custos de ração, embora a adoção de energia solar por 70% dos produtores integrados de frango da Seara, conforme relatado pela Agrimídia, tenha mitigado parte dessas despesas.
As cotações abaixo são estimativas baseadas em tendências recentes do Cepea, Famasul (Granos Corretora) e Notícias Agrícolas, ajustadas para o mercado sul-mato-grossense. Os valores são referenciais, pois podem variar conforme a localidade e as condições de mercado.
Tabela de Cotações – 26 de Abril de 2025
| Commodity | Unidade | Cotação (R$) | Variação (em relação a 25/04/2025) | Observações |
|---|---|---|---|---|
| Soja | Saca de 60 kg | 167,50 | +0,6% | Alta sustentada pela demanda chinesa e atrasos logísticos devido às chuvas. |
| Milho | Saca de 60 kg | 91,00 | -0,5% | Pressão de baixa pela oferta elevada da safrinha 2024/25. |
| Sorgo | Saca de 60 kg | 84,00 | -0,6% | Estável, com demanda limitada no mercado interno. |
| Gado (Boi Gordo) | Arroba (15 kg) | 232,00 | +0,4% | Leve alta devido à demanda pré-Dia das Mães. |
| Frango (Vivo) | Kg | 8,00 | +1,3% | Valorização por aumento na demanda interna e exportações. |
| Ovos (Comercial) | Dúzia | 8,70 | +1,2% | Alta moderada, sustentada pelo consumo interno. |
| Suínos (Vivo) | Kg | 9,90 | +2,1% | Forte valorização por exportações e demanda interna aquecida. |
Fontes: Cepea-Esalq/USP, Famasul (Granos Corretora), Notícias Agrícolas.
Soja
A soja mantém sua trajetória de alta, com cotação média de R$ 167,50 por saca de 60 kg, impulsionada pela demanda chinesa e pela valorização do dólar, que atingiu R$ 5,62, segundo o Canal Rural. As chuvas recentes, que dificultam o transporte em Dourados, principal polo sojicultor, elevaram as cotações locais a R$ 170,00 em algumas praças. A safra 2024/25, estimada em 12 milhões de toneladas em MS, reforça a liderança do estado no mercado global.
Milho
O milho registra leve queda, cotado a R$ 91,00 por saca, devido à oferta robusta da safrinha 2024/25, que promete produtividade recorde em regiões como Amambai, segundo a Famasul. As chuvas de abril salvaram lavouras após a estiagem de março, mas a oferta elevada pressiona os preços.
Sorgo
O sorgo, com cotação de R$ 84,00 por saca, permanece estável, com demanda limitada no mercado interno. A produção nacional para 2025 é estimada em 4,1 milhões de toneladas, uma queda de 5,8% em relação a 2023, segundo o IBGE, refletindo menor preferência frente à soja e ao milho.
Gado (Boi Gordo)
O boi gordo mantém estabilidade, com cotação de R$ 232,00 por arroba, beneficiado pela proximidade do Dia das Mães, que eleva a demanda por carne bovina. Exportações para a China, que absorvem 50% do volume exportado por MS, sustentam os preços, segundo o Notícias Agrícolas. A oferta restrita de animais prontos evita quedas maiores.
Frango
O frango vivo, cotado a R$ 8,00 por kg, registra alta de 1,3%, impulsionada pela demanda interna e exportações para o Peru, que importou US$ 755 milhões em produtos agropecuários brasileiros em 2024. A adoção de energia solar por 70% dos produtores integrados da Seara em MS reduz custos, mantendo preços competitivos, conforme a Agrimídia.
Ovos
Os ovos comerciais, a R$ 8,70 por dúzia, apresentam alta de 1,2%. A oferta equilibrada e o consumo interno aquecido, segundo o Cepea, limitam valorizações maiores após a demanda sazonal da Páscoa.
Suínos
Os suínos vivos lideram as valorizações, com cotação de R$ 9,90 por kg, alta de 2,1%. A abertura do mercado saudita e a demanda interna, especialmente no Sul, impulsionam os preços. A Lar Cooperativa, com unidade em Maracaju, destaca a eficiência na produção de ração, que produz 98 mil toneladas/mês, como fator de competitividade.
Impactos na Economia Local
O agronegócio representa 30% do PIB de Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, e as cotações refletem sua relevância. As chuvas de 25 e 26 de abril, com até 40 milímetros em Dourados, causaram alagamentos em rodovias, elevando os custos logísticos, especialmente para soja e milho, que dependem de portos como Santos e Paranaguá. No setor pecuário, os custos de ração, impactados pelos preços do milho e da soja, seguem como desafio, embora a energia solar tenha reduzido despesas para 70% dos produtores de frango da Seara, segundo a Agrimídia.
A demanda internacional permanece sólida, mas tensões comerciais, como as tarifas propostas pelos EUA e retaliadas pela China, podem gerar volatilidade, conforme o Canal Rural. Produtores devem monitorar os mercados de Chicago (CBOT) e Paranaguá para antecipar tendências.
Dica de Investimento
A suinocultura segue como uma oportunidade atrativa para 2025. A valorização de 2,1% no suíno vivo, aliada à abertura de mercados como a Arábia Saudita, reforça o potencial do setor em Mato Grosso do Sul, que abateu 1,2 milhão de cabeças em 2024, segundo a Famasul. Investir em tecnologias de manejo, como as da Lar Cooperativa, que otimiza a produção de ração, e em energia solar para reduzir custos energéticos, pode maximizar a rentabilidade. No entanto, é essencial monitorar os custos de insumos, como milho e farelo de soja, e os impactos climáticos, que afetam a logística. Consultar a Famasul e plataformas como Notícias Agrícolas para cotações diárias é crucial antes de investir.
Perspectivas Futuras
A safra 2024/25 de soja, estimada em 12 milhões de toneladas em MS, consolida o estado como líder exportador, segundo o IBGE. No entanto, a irrigação, que cobre apenas 265 mil hectares dos 4,7 milhões cultiváveis, é um gargalo para mitigar riscos climáticos, conforme o Ministério da Agricultura. A pecuária enfrenta desafios com o envelhecimento do rebanho, mas tecnologias como a rastreabilidade blockchain da JBS podem agregar valor às exportações.
Para os entusiastas do agronegócio, o momento exige atenção às condições climáticas e às negociações internacionais. Acompanhar plataformas como Cepea, Famasul e Notícias Agrícolas é essencial para decisões estratégicas. Mato Grosso do Sul, com sua vocação agropecuária, segue como pilar da segurança alimentar global, mas a gestão de riscos climáticos e econômicos será determinante para o sucesso em 2025.
Por Andre Estoduto – Redação Portal Guavira
